Formação

TEXTO EXTRAÍDO DO CURSO DE FORMAÇÃO DOS FORMADORES INTERNACIONAIS DA OFS


CONTINUAÇÃO......

1.3 - A MISSÃO DO FORMADOR.
A missão do formador é simples e bíblica.

É a missão dos apóstolos, de São Francisco e de todos os evangelizadores, e de ti e de mim. A missão é: “Ide, pois e ser discípulos meus a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-lhes a guardar tudo quanto o haveis mandado”. E sabeis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo. (MT. 28, 19-20).

Nada pode alterar (aumentar) a declaração (afirmação) de missão dada por Jesus a seus apóstolos, e que São Francisco adotou como sua.

Esta primeira sessão finaliza com as palavras: “Ide fazer discípulos meus”...


III – PASSOS DA FORMAÇÃO
Metas:

- Conhecimento e entendimento dos diferentes passos da formação.

Objetivos:
Essa sessão te ajudará:

- A realizar mais facilmente as reuniões e observar possíveis membros com sinal de vocação.

- Apresentar e desenvolver uma interpretação (um trabalho) de São Francisco, de Espiritualidade Franciscana, Cristologia e Teologia.

- Determinar seu conhecimento (entendimento0 da doutrina e da Igreja e prover aos participantes documentos eclesiais.

- Preparar candidatos para a profissão (compromisso) perpétua na Ordem franciscana secular.

- Promover o trânsito entre a formação do período de iniciação e a inserção completa na vida de fraternidade.

- Prover material necessário para cada ano dos passos da formação.
Passos (momentos da formação.
A Regra e as Constituições.

O artigo 23 da regra diz que,... “a inserção na Ordem se realiza mediante um tempo de formação, que dura, por um ano; e a profissão da regra”. O artigo 37 das CCGG diz; A inserção na Ordem se realiza mediante um tempo de iniciação, um tempo de formação e da profissão da regra.

Há um mínimo de requisitos. Cada país pode adaptar seu processo para satisfazer as necessidades de sua gente (povo).

Sem dúvida, contudo, o tempo mínimo estipulado a estes passos não pode ser eliminados. Se puder alargar o tempo de iniciação e formação, porém não se pode cortar, diminuir. Permite-se dividir o tempo de formação em duas partes, porém não pode ser eliminado.

A formação prossegue os seus passos no meio da fraternidade. Requer cooperação da graça de Deus e um desejo de aprofundar sua fé e conversão através da Ordem Franciscana Secular.

2.1. PERÍODO DE INICIAÇÃO

2.1.a. Objetivos principais (primordiais)
- Provar a validez da vocação em suas diversas dimensões.
- Introduzir a Espiritualidade – Cristologia de São Francisco e franciscana.
- Determinar exercícios de compreensão católicos cristão.
- Se os estatutos Nacionais permitirem, o período de iniciação pode dividir-se em partes.
- Os Estatutos
dos estados Unidos permitem duas etapas de iniciação.
Orientação seguida de informação. O material é mais geral na orientação e mais específico na formação.
Outros pontos se têm falado da essência (fundamental) da identidade do franciscanismo secular.
Vou falar sobre tua responsabilidade como formador secular.

2.1.b. CONTEÚDO DO MATERIAL DURANTE O PERÍODO DE INICIAÇÃO.
- Apresenta e explica o processo de diálogo e participação.

- Descarta o conceito de que um formador é igual a um professor de universidade e eventual membro como um espectador passivo.

- Explica o significado de vocação e como se percebe.

- Explica ao aspirante desde o princípio  que o principal agente de formação é o Espírito Santo.

- Introduz o aspirante e os outros representantes de formação.

- Explica o que ocorrerá durante o período de formação e o que se espera dele, especialmente a vida de contínua conversão aos evangelhos.

- Dar a conhecer a São Francisco e Santa Clara usando suas biografias.

- Dar a conhecer as orações franciscanas, e as atividades apostólicas.

- Realçar a importância das Escrituras e a vida de um franciscano secular, especialmente os evangelhos.

- Estabelece o conhecimento dos aspirantes enquanto os ensinos católicos e tradicionais.

- Fomenta o conhecimento e o uso do catecismo da Igreja católica e os documentos do vaticano II.

- Segundo vai avançando aumenta os conhecimentos e compromissos de vida de São Francisco e Santa Clara do aspirante.

- Explica em termos simples, porém rigoroso o que queremos dizer com a espiritualidade secular e laica.

- Introduzir o aspirante na liturgia

- Introduzir a Regra, Constituições Gerais. Estatutos Internacionais, Ritual e Estatuto Nacional.

- Explica brevemente o que é a família franciscana e sua história.

- Explica a estrutura organizativa da Ordem Franciscana Secular.

- Anima a assistência a um retiro espiritual enfocando sobre a vocação e discernimento da forma de vida franciscana secular.
COLABORAÇÃO: THOMAZ E.CHIQUETTO (COORD.FORMAÇÃO)

CONTINUA........

Dia 02 de agosto: DIA DO PERDÃO DE ASSIS

e de Nossa Senhora dos Anjos
Dia de Indulgência Plenárias
INDULGÊNCIA DA PORCIÚCULA

Certa noite do mês de Julho de 1216, como acontecia em tantas outras noites, na silenciosa solidão da pequena Igreja da Porciúncula, São Francisco ajoelhado, estava profundamente mergulhado nas suas orações, quando de súbito, uma luz vivíssima e fulgurante encheu todo o recinto e no meio dela, apareceu Jesus ao lado da Virgem Maria sorridente, sentados num trono e circundados por diversos Anjos.
Jesus perguntou-lhe: “Qual o melhor auxílio que desejarias receber, para conseguir a salvação eterna da Humanidade?”
Sem hesitar Francisco respondeu:“Senhor Jesus, peço-Vos que, a todos os arrependidos e confessados, que visitarem esta Igreja, lhes concedais um amplo e generoso perdão, uma completa remissão de todas as suas culpas.”
“O que pedes Francisco, é um benefício muito grande,” disse-lhe o Senhor, “muito embora sejas digno e merecedor de muitas coisas. Assim, acolho o teu pedido, com uma condição, deverás solicitar essa indulgência ao meu Vigário na Terra.”
No dia seguinte, bem cedinho, Francisco acompanhado de Frei Masseu, seguiu para Perúgia, a fim de se encontrar com o Papa Honório III. Chegando disse-lhe: “Santo Padre, há algum tempo, com o auxílio de Deus, restaurei uma Igreja em honra a Santa Maria dos Anjos. Venho pedir a Vossa Santidade que concedais, nesta Igreja uma indulgência a quantos a visitarem, sem a obrigação de oferecerem qualquer coisa em pagamento (naquela época, toda indulgência concedida a uma pessoa, estava ligada à obrigação dessa pessoa fazer uma oferta), a partir do dia da dedicação da mesma.”
O Papa ficou surpreendido e comoveu-se com o tal pedido. Depois perguntou: “Por quantos anos pedes esta indulgência?”
“Santo Padre, não peço anos, mas penso em muitos homens e mulheres que precisam sentir o perdão de Deus”, respondeu Francisco.
“Que pretendes, em concreto, dizer com isto?” retorquiu o Papa.
“Se aprouver a Vossa Santidade, gostava que todas as pessoas que venham a visitar a Porciúncula, contritos de seus pecados, em “estado de graça”, confessado e tendo recebido a absolvição sacramental, obtenham a remissão de todos os seus pecados, na pena e na culpa, no Céu e na Terra, desde o dia de seu batismo até ao dia em que entre na Porciúncula.”
“Mas não é um costume a Cúria Romana conceder tal indulgência!"
“Senhor, disse o “Poverello”, este pedido não o faço por mim, mas por ordem de Cristo, da parte de quem estou aqui.”
Ouvindo isto o Papa cheio de amor repetiu três vezes: “Em nome de Deus, Francisco, concedo-te a indulgência que em nome de Cristo me pedes.”
Tendo alguns Cardeais, ali presentes, manifestado algum desacordo, o Papa reafirmou: “Já concedi a indulgência.Todo aquele que entrar na Igreja de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, sinceramente arrependido das suas faltas e confessado, seja absolvido de toda pena e de toda culpa. Esta indulgência valerá somente durante um dia, em cada ano,“in perpetuo”, desde as primeiras vésperas, incluída a noite, até às vésperas do dia seguinte.”
A “consagração” da Igrejinha aconteceu no dia 2 de Agosto do mesmo ano de 1216.
A Indulgência da Porciúncula somente era concedida a quem visitasse a Igreja de Santa Maria dos Anjos, entre a tarde do dia 1 Agosto e o pôr-do-sol do dia 2 Agosto.
Em 9 de Julho de 1910, o Papa Pio X concedeu autorização aos Bispos de todo o mundo, só naquele ano de 1910, para que designassem qualquer Igreja Pública das suas Dioceses, a fim de que também nelas, as pessoas recebessem a Indulgência da Porciúncula.(Acta Apostolicae Sedis, II, 1910, 443 sq.; Acta Ord. Frat. Min., XXIX, 1910, 226). Este privilégio foi renovado por um tempo indefinidopor decreto da Sagrada Congregação de Indulgências, em 26 março de 1911 (Acta Apostolicae Sedis, III, 1911, 233-4).Significa que, atualmente, qualquer Igreja Católica de qualquer país, tem o benefício da Indulgência que São Francisco conseguiu de Jesus para toda humanidade. Assim ganharão a Indulgência, todas as pessoas que estando em "estado de graça", visitarem uma Igreja nos dias mencionados, rezarem um Credo, um Pai-Nosso e um Glória, suplicando ao Criador o benefício da indulgência, e rezando também, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória, pelas intenções do Santo Padre. Poderão utilizar a Indulgência em seu próprio benefício, ou em favor de pessoas falecidas ou daquelas que necessitam de serem ajudadas na conversão do coração.
Por outro lado, a Indulgência é "toties quoties", quer dizer, pode ser recebida tantas vezes quantas a pessoa desejar, isto é, em cada ano, fazendo visitas a diversas Igrejas das 12 horas do dia 1 de Agosto até o entardecer do dia 2 de Agosto.
Significa dizer, que atualmente, qualquer Igreja Católica de qualquer país, tem o benefício da Indulgência que São Francisco conseguiu de Jesus para toda humanidade.

Que expressão tem a OFS na Igreja e no mundo hoje?
Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vendo vossas boas obras glorifiquem vosso Pai
que está nos céus (Mt 5, 16)
Os franciscanos seculares ajam sempre como fermento nos ambientes em que vivem, mediante o testemunho do amor fraterno e de claras motivações cristãs (Const. Gerais OFS, art 19,1)
 Santa Angela de Foligno
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
1. Nós, cristãos, não queremos “aparecer” aos olhos dos outros. Não somos dados a protagonismos, nem andamos à cata de aplausos e de reconhecimento. Fazemos nossa obrigação e saímos de cena. Essa atitude é típica também dos franciscanos. E, no entanto, somos convidados a agir e atuar no mundo, temos todos a responsabilidade de levar adiante o projeto de Jesus, projeto que ele nos confiou depois de ter voltado ao Pai. Tudo isso quer dizer “visibilidade”, “expressividade”. Não se coloca uma luz debaixo da mesa. O sal precisa salgar. O fermento necessita fermentar. Somos convidados a refletir sobre a expressão que tem a Ordem, em seus três ramos, em nossos tempos no coração da Igreja e na sociedade. A OFS tem o costume de realizar capítulos avaliativos e, talvez, nesse espaço de partilha e de revisão de vida, se poderia pensar em responder à pergunta-título desta reflexão. Que visibilidade, que expressão têm as Fraternidades Franciscanas Seculares na Igreja e na sociedade de hoje? Como somos vistos pelos bispos em suas dioceses, pelos padres em suas paróquias, pelos leigos em geral e pelos nossos familiares? Nesse mundo em que vivemos, na cidade em que habitamos, que expressão tem a OFS? O que anda animando profundamente a nossa existência e que pode transparecer no cotidiano de nossas vidas, iluminar os homens e restaurar a Igreja? Que influência exercemos na Igreja em que vivemos e, em nível nacional, que luz projeta no país o Conselho Nacional da OFS e toda a Fraternidade nacional? Será que as pessoas nem sabem que ela existe? Como franciscanos seculares que fazem promessa de seguimento do Evangelho no mundo não somos simplesmente responsáveis por fazer com que as coisas continuem, com que a “máquina gire”. Temos, com toda humildade e minorismo, alguma coisa a oferecer à Igreja e ao mundo, uma palavra a ser dita aos tempos de hoje.
2. Não é o caso aqui de se fazer um estudo exaustivo a respeito da visibilidade expressiva da Ordem Terceira de São Francisco. Há nomes que marcaram: Isabel da Hungria, Ângela de Foligno, Contardo Ferrini para mencionar apenas três. Há gloriosas páginas escritas pelos irmãos e irmãs da Ordem ao longo dos séculos. Todos nos lembramos das grandes fraternidades do Brasil. Naquele tempo, os irmãos e irmãs usavam sinais, tinha hábito, participavam das procissões com seus distintivos. Não estou aqui exprimindo desejo de voltem os hábitos, mas o certo é que as fraternidades eram mais visíveis. Os tempos mudaram. A OFS foi objeto de profundas transformações e precisamente na medida em que as novas fraternidades forem assimilando as orientações da Regra e dasConstituições vão ganhar nova visibilidade e se “exprimirão” de outra forma. Podemos dizer, logo de início, que a visibilidade da OFS depende de fraternidades locais bem formadas, de grupos que resolveram assumir como documento inspiracional de sua caminhada aRegra paulina. Uma parte das razões de uma certa “inexpressividade” da OFS têm sua origem na não assimilação do espírito da Regra que foi publicada em 1978. Os irmãos e irmãos são conhecidos, ainda hoje, como “piedosos cristãos devotos de São Francisco”, pessoas envelhecidas e “inofensivas” e que não têm muito a dar. Muitos acreditam que não temos amanhã. Nossos tempos, no entanto, quiseram, dizemos de maneira talvez um pouco irreverente, que os leigos saíssem das sacristias. Por isso, quando queremos refletir sobre a visibilidade dos franciscanos leigos, hoje, desejamos que haja uma expressão prioritária na linha do secular.
3. Desde que os responsáveis pela redação da Regra, inspirados pelos ensinamento do Vaticano II, terminaram o texto aprovado por Paulo VI, ficou claro que a OFS terá prioritariamente expressão em sua dimensão secular. Christifideles Laici insiste na expressãoíndole secular. “Efetivamente o Concílio descreve a condição secular dos fiéis leigos indicando-a, antes de mais nada, como o lugar onde lhes é dirigida a chamada de Deus: Aí são chamados por Deus. Trata-se de um lugar descrito em termos dinâmicos: os fiéis leigos vivem no século, isto é, empenhados em toda e qualquer ocupação e atividade terrena e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. Os fiéis leigos são pessoas que vivem a vida normal no mundo, estudam, trabalham, estabelecem, relações amigáveis, sociais, profissionais, culturais” n.15). Não se espera “expressividade” da OFS apenas em atividades litúrgicas e catequéticas. O jeito de viver no mundo o Evangelho é que poderá mostrar que os franciscanos seculares têm uma contribuição da dar à Igreja e à sociedade. Não são assim tão “inofensivos”.
4. Muitas vezes já ouvimos que os cristãos são luz do mundo, sal da terra e fermento da massa. “As imagens evangélicas do sal, da luz e do fermento embora se refiram indistintamente a todos os discípulos de Jesus, têm uma específica aplicação nos fiéis leigos. São imagens maravilhosamente significativas, porque falam não só da inserção profunda e da participação plena dos fiéis leigos na terra, no mundo, na comunidade humana, mas também, e sobretudo, na novidade e na originalidade de uma inserção e de uma participação destinadas à difusão do evangelho que salva” ( n. 15).
5. Os franciscanos seculares, em suas atitudes e posturas mais do que em palavras, passarão a convicção de que suas vidas são marcadas pela força do carisma de Francisco dado à Igreja. Já trabalhamos, em anos anteriores, o tema da identidade. Foram dados passos largos na Ordem toda e, de modo especial, entre nós, numa melhor compreensão do senso de pertença. Necessário, sempre de novo, voltar à vocação inicial, ao primeiro amor, ao momento em que resolvemos ouvir o chamado para o seguimento de Cristo à maneira de Francisco. Não se pode deixar a chama morrer. Através de constantes exames de nossa vida, junto com os irmãos e as irmãs, damos graças a Deus de nos ter chamado à visa franciscana e levamos a sério essa profissão, promessa de entrega ao Evangelho por meio de nossa profissão à qual seremos fiéis com, uma fidelidade dinâmica e criativa. Nossa profissão é feita para ser vivida no mundo. As tarefas de “sacristia” não são as prioritárias.
6. A OFS será expressiva e terá visibilidade na medida em que seus irmãos viverem em fraternidades sólidas. Os bispos, os padres, o mundo precisam dizer a nosso respeito: “Vede como eles se amam!” Sem romantismos de adolescentes sabemos que viver em fraternidade é desafiador. Levar a sério as reuniões que serão bem feitas, sem pressa, com gente que chega na hora, que fala, que participa, que vibra, que luta pela causa. Não apenas a justaposição de pessoas que estão ali por uma fria obrigação. Fraternidades que se exprimem no estar juntos, no acudir as necessidades dos irmãos de dentro e de fora. Fraternidades que se manifestam num jeito de viver em que não se fala mal de ninguém, em que o outro não é um rival ou uma ameaça, onde não há competição tola, nem sede e fome de poder. Fraternidades corajosamente fraternas num mundo de individualismo. Fraternidades sempre em estado de construção.
7. Vivendo em fraternidades seculares, convivendo com os irmãos da Ordem Primeira e da TOR, com as Irmãs Pobres de São Damião, com as religiosas e religiosos que se vincularam ao carisma franciscano, os franciscanos são uma mesma família, a Família franciscana que precisa ser ‘ expressiva”. Não é assim que uma diocese tome a decisão de dispensar os frades quando ela dispõem de padres diocesanos para executar o trabalho que era feito pelos frades. Os frades não são meros tarefeiros. Os franciscanos, de qualquer as três Ordens, precisam constituir uma presença querida, desejada e quase necessária. Na medida em que mostramos unidade no seio da Família ficará mais visível o carisma e a “expressividade”. Precisamos urgentemente comemorar juntos nossas festas e deixarmo-nos impregnar uns da força e da energia dos outros. Se não formos uma Família franciscana unida será difícil mostrar “expressividade”.
8. Podemos dizer que há um pequeno buquê de posturas ou convicções que nos identificam, que nos tornam pessoas “simpáticas” no seio da Igreja e do mundo. Tais posturas poderão ser nossa “carta de identidade”:
  • Marca registrada dos franciscanos é a “descomplicação” e falta de “solenidade pomposa”; em outras palavras, são pessoas que são o que são, não têm dobras, são simples;
  • Os franciscanos não se cansam de contemplar a singeleza do presépio e o aniquilamento da cruz; por isso sua simplicidade se mistura com apreço pela pobreza. O casamento de um franciscano tem beleza simples e não pompa mundana, a casa de um franciscano é lugar de acolhida e não espaço de ostentação; o carro de um franciscano não precisa ser do último modelo, nem seu guarda roupa sempre da moda…
  • Aqui e ali os franciscanos se mostram alegres, gostam de cantar, de decantar o sol, as estrelas… cantam uníssono, cantam a mais vozes; cantam em suas fraternidades. Cantando vão além da euforia nervosa e barulhenta. São profundamente alegres, da alegria parecida com a perfeita alegria de que falava Francisco a Frei Leão. Uma alegria pascal, que passa pelo êxodo de si, pela morte do homem velho. Ou não dá para exprimir essa postura?
  • Vivendo em fraternidades os franciscanos são conhecidos como irmãos e irmãs; Exprimem-se como irmãos de todos e de tudo. Mas são irmãos menores. Sem grandes pretensões.
  • Os franciscanos seculares, como o próprio Francisco, vivem um tensão entre ação e contemplação. Não são pessoas que correm de um lado para o outro, sem nexo. Mergulham sua vida na contemplação nas grutas, no silêncio, na interiorização. Os franciscanos seculares visitam seu interior.
9. O último Capítulo Geral da Ordem insistiu que a OFS coloca-se a família como uma de suas prioridades. Os seculares são, pois, convidados a “exprimir-se” através de sua família. Não poucas vezes há mulheres ou homens que pertencem à OFS e que não têm apoio dos seus. Os parentes acham que ele ou ela são piedosos e têm uma devoção por São Francisco e por isso entraram na Ordem. Na verdade não entendem o que é a Ordem . Seria bom, quanto possível, que marido e mulher fossem franciscanos. A partir daí haveria uma expressão conjugal franciscana.
10. O tema família e OFS é delicado e intrincado. Chamamos atenção apenas para alguns tópicos que nos parecem importantes, na linha da “expressividade” franciscana da família.
  • Os franciscanos seculares valorizam o sacramento do matrimônio. Escolhem padrinhos diferentes. Os noivos se preparam espiritualmente para cerimônia. Uma vez casados vivem a espiritualidade conjugal com as conotações franciscanas: simplicidade, pobreza digna, respeito pela vida, educação dos filhos marcada pelo Evangelho.
  • Na medida do possível, as famílias deveriam se fazer presentes mais vezes nas reuniões da Fraternidade.
  • Os franciscanos seculares terão o hábito de festejar os aniversários de casamento.
  • Haverão de se dispor a trabalhar pela família antes do casamento, no momento de sua celebração e depois do casamento como agentes qualificados de uma pastoral evangélico-franciscana.
11. Há um testemunho do leigo a ser dado no campo da política. Voltamos a citar Christifideles Laici: “Para animar cristãmente a ordem temporal, no sentido de que se disse de servir a pessoa e a sociedade, os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na “política”, ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum” (n.42). Não haveria uma missão do conselho nacional e dos conselhos regionais no sentido de refletir sobre graves problemas sociais e políticos: a questão do tratamento médico, da corrupção, dos salários loucamente exagerados dos políticos? Os leigos franciscanos não poderiam tomar decisões que “chocassem”? Talvez não seja possível.
12. Evidentemente, os franciscanos seculares não se recusam a trabalhar na pastoral paroquial. Ao contrário, fazem questão de dar sua contribuição. Quando agem pastoralmente fazem-no a partir de sua identidade franciscana. Questionam uma pastoral meramente sacramentalista. Sua ação se reveste do jeito franciscano. Os franciscanos seculares, no entanto, colocam prioridades a partir de sua profissão na OFS.
13. Para que a OFS seja expressiva, parece importante que nas fraternidades locais, regionais, e de modo especial na fraternidade nacional, se cuide da formação de lideranças a partir de uma eclesiologia de comunhão e de uma concepção clara da índole secular da OFS. Precisamos de líderes. Reflexões e estudos de lideranças franciscanas seculares ajudarão a tornar a OFS expressiva.

Questões
1. Que ideia formam as pessoas a respeito da OFS? Que dizem dela os bispos, os sacerdotes, os leigos de sua paróquia ou comunidade?
2. Que expressão pública tem a sua fraternidade concreta?
3. O que chamou sua atenção neste texto de reflexão?
4. Seria viável a criação e formação de escola de lideranças?
5. Os frades e assistentes contam com a OFS como uma plêiade de leigos maduros e atuantes? Eles acreditam na OFS?
6. Em que sentido se diz que a assimilação da Regra dará maior expressão aos franciscanos seculares?
A OFS não pode ser vista apenas como um grupo de pessoas piedosas, de senhoras e senhores inofensivos e idosos. Nossas fraternidades serão expressivas na linha de serem espaços onde vivem pessoas que professam o Evangelho como forma de vida e estão empenhados em restaurar a Igreja com seu gênero de vida.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Um comentário:

  1. Que bom ter contribuído na motivação - Dia 02 de agosto: DIA DO PERDÃO DE ASSIS
    e de Nossa Senhora dos Anjos
    Dia de Indulgência Plenárias
    INDULGÊNCIA DA PORCIÚCULA

    Fraternidade Paz e Bem - Umuarama Pr - Henrique

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